Existem alguns textos que eu escrevo e os guardo. A urgência do momento se desintegra com o tempo, se desencontra. De repente, por alguma razão, ao tentar publicá-los outra vez, percebo que não há mais espaço para aquelas palavras gastas. Expressaram, não expressam mais.
Ontem, as mesmas frases que traduziam um coração, hoje são apenas mais alguns rascunhos esquecidos que não entraram para a história, perderam-se entre dias atropelados. Juntam-se com tantos outros deslocados - cinquenta e três, para ser mais exata - sem motivos para exposição. Perderam o sentido, serão para sempre textos enterrados, sem ordem cronológica ou razão para reler.
O sentimento muda, a realidade muda. O tempo não pára. Olho para trás e observo a efemeridade, a volatilidade capaz de levar a tudo e a nada, o nosso humor.
Acordo sem vontade de escrever, faz algum tempo. As palavras sempre foram grandes aliadas, gosto de usá-las, gastá-las, cuspi-las em uma folha em branco, mesmo que na desordem, com a finalidade de expressar toda esta vida, estes pensamentos e sentimentos que correm pelas minhas veias sem pedir licença.
A impulsividade, o lirismo apaixonado, as hipérboles sempre foram meus maiores adjetivos. Existem inúmeras vertentes que convergem, divergem, que direcionam as condutas; Porém, para mim só existem duas principais:
O amor e todo o resto.
"Eu perdi as palavras. Na verdade, estou repleto delas. Não tenho é coragem pra falar." - Esteban Tavares
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