segunda-feira, 6 de agosto de 2012

#Dezoito

Todo veneno foi expelido. Suas más intenções disfarçadas não mais podem causar dor, pois a partir desta data, o novo é antídoto contra todo o mal que você já me fez. O novo é expectorante. O tempo foi desgastando e descolando do seu rosto, os pedaços da porcelana que compunham de forma rudimentar, a máscara que te escondia dos meus olhos.
Inicia-se seis de agosto, com quarenta e cinco minutos passados, e desde o primeiro segundo eu experimentei a paz. Eu selei o luto de tudo o que um dia eu ousei sentir por você, quando memorizei a última lágrima que eu me permiti derramar por este amor doente. É esquizofrenia pensar que você, em algum momento, aprendeu a amar.
Estas também são as últimas palavras minhas que farão referência a ti. A partir do dia de hoje, eu te fecho, eu te encerro e te tranco em um passado sem volta, no infinito pérfido de nós dois. Não mais compartilho este frio depresso, tão presente em lugares ermos como o seu coração. Eu não virei a página, eu fechei o livro. Aqui eu denoto o meu próprio cemitério das boas-intenções. 
Cansei de apesar dos pesares te pedir perto. Cansei de apesar dos pesares estar ao seu lado sem reciprocidade. Cansei de apesar dos pesares passar por cima de todos os seus erros e desejar-lhe o melhor, pois foram por estes apesar dos pesares que eu te descobria e não queria acreditar. Ofereci todas as chances para que eu não precisasse crer nesta carência de verdade que existe em você, porém, depois de tantos convites refutados, não restou-me outra opção senão aceitar que isto que o espelho mostra, é sua identidade efetiva. E ao posicionar-me ao seu lado, em um devaneio que clamava por contradição, percebi que eu sou bem melhor sem você. Sua presença não constava, tampouco acrescentava, e eu entendi que a palavra que é capaz de te descrever com maior precisão é ausência.
Inicia-se seis de agosto, e agora os números estão por volta de quase duas horas passadas. Expulsei seu fantasma e apelidei a cura de Os Dezoito.

"As boas novas do passado, são velhas novidades que eu já não quero escutar." - Esteban

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