domingo, 14 de outubro de 2012

#Rosas

É assim que os nossos caminhos se entrelaçam, na impontualidade dos nossos pensamentos, no descaso das nossas lembranças. Pois na exatidão, é tudo tão cinza. Confesso que em horas madrugadas de insônia, eu sinto falta de ouvir a sua voz cansada. Perco-me no silêncio das minhas mais altas reflexões, e em uma dessas noites qualquer, eu pude jurar que o seu perfume veio me embriagar. É como se eu pudesse descrever com palavras invisíveis, a saudade que nos transpassou nestes sete, oito quilômetros que nos separam todas as noites. A distância física é só mais uma das formas que deixa o seu coração longe do meu.
Marginalizar um amor, é produto do ceticismo ártico que arroga-se aos corações inaptos a amar. São aqueles que ao invés de cores e flores, restringem-se a exatidão cinza, impossível de poetizar. E assim, o tempo nos leva, e grava nas lápides mais dois nomes que desistiram de se importar. Mas este seu perfume, contido na brisa das madrugadas que me tiram a paz, pode ser o antídoto que nos salve dos clássicos intrínsecos de todos aqueles lirismos subjetivos, e que quem sabe, algum dia, nos traga a utopia do felizes para sempre, que nós ousamos tatuar.
A primeira rosa nasceu há mais de cinco mil anos atrás, e elas vieram dos jardins asiáticos para a mesa envidraçada da sua sala de jantar. Esta é a melhor, senão a única forma que eu encontro de te fazer lembrar. E que elas, as rosas, sejam sempre nossa marca. Uma pétala de amizade, uma de amor, e outra de saudade. Que elas perpetuem, eternizem e imortalizem, todas as verdades que eu e você, tentamos calar.
Parabéns.

Nenhum comentário:

Postar um comentário